O 9 de Maio 2006 da Papoila

09 maio 2006

em conversa...

ana papoila says:
oi
ana papoila says:
(s)
A Direcção says:
oi
A Direcção says:
então?
A Direcção says:
mais animada?
ana papoila says:
um pouco
A Direcção says:
a ti o dia não corre pelo melhor
ana papoila says:
sim, foi um dia complicado
A Direcção says:
pode ser que tenha tendência a melhorar
ana papoila says:
acho que sim
ana papoila says:
até tive uma experiência isotérica
ana papoila says:
e tudo...
A Direcção says:
bolas
A Direcção says:
conta lá
ana papoila says:
difícil de contar
ana papoila says:
parecia que estava no seinfeld
ana papoila says:
quando cheguei a casa para buscar o gato
ana papoila says:
(tinha marcado hora no vet)
ana papoila says:
o gato tinha desaparecido...
ana papoila says:
procurei em todo o lado, já imaginando que estaria morto num sítio estranho qualquer...
ana papoila says:
mas nada
ana papoila says:
depois de muito procurar, lembrei-me que a única hipótese era que tivesse saído pela varanda
ana papoila says:
da sala
ana papoila says:
e tivesse ido para a casa da vizinha (coisa que já tinha acontecido)
ana papoila says:
como era surdo e estava moribundo, achei que tinha de ir espreitar...
ana papoila says:
e fui, pelo parapeito (tipo suícida)
ana papoila says:
suicisa
ana papoila says:
suicida
A Direcção says:
eu sei que a altura não é para isso, mas ri-me
ana papoila says:
até ao prédio ao lado, pelo beiral...encostada à parede!
ana papoila says:
sim, é mesmo para rir
ana papoila says:
as pessoas na rua a olharem para mim, tipo: está doida e vai mandar-se cá para baixo
A Direcção says:
(e eu que não assisti)
ana papoila says:
quando estava mesmo ao lado da casa da vizinha, sempre na maravilhosa expectativa de encontrar um gato morto
ana papoila says:
aparece a vizinha! que eu nunca tinha visto
ana papoila says:
eu, desculpo-me imenso e explico-lhe a situação.
ana papoila says:
ao que ela me diz: ele está cá dentro, mas escolheu o melhor lugar da casa...
ana papoila says:
eu no beiral do telhado, qual mulher-aranha
A Direcção says:
espera... tenho que copiar esta história toda
ana papoila says:
disse-lhe "obrigada, se não se importa, vou aí buscá-lo para o levar ao veternário"
ana papoila says:
ela consente...
ana papoila says:
quando entro em casa dela
ana papoila says:
vejo o gato num canto dum quarto escuro, tadinho, enroscado, enfim...
ana papoila says:
e digo-lhe "dá-me licença que o vá lá pegar?"
ana papoila says:
ao que ela me responde:
ana papoila says:
"sim, mas tem de se descalçar".....................
ana papoila says:
eu, como estava com a cabeça a mil, ainda tenho energia para lhe perguntar: "tenho de descalçar os sapatos?"
ana papoila says:
sim, responde a senhora, ali é o meu santuário, e o seu gato não foi para ali por acaso
ana papoila says:
escolheu o meu tapete indiano
ana papoila says:
que está cheio de ondas positivas (neste momento eu já estava descalça, com um gato moribundo nos braços, em casa de uma desconhecida mística)
ana papoila says:
eu disse que sim a tudo ( se me mandassem fazer o pino, eu acho que fazia)
ana papoila says:
e depois, à saída diz-me com ar profundo:
ana papoila says:
se a hora dele está para chegar, deixe-o ir...
ana papoila says:
e eu ia dizendo, sim, sim, obrigada...
ana papoila says:
ufff
ana papoila says:
pronto